A recria é um item de grande participação no custo de produção de uma fazenda leiteira. Na fase da desmama até o parto, as novilhas não contribuem com a renda da atividade leiteira. É uma fase de investimentos no futuro do empreendimento. Eficiência na criação de animais jovens significa baixa morbidade e mortalidade, bem como o maior ganho de peso e, por fim, novilhas parindo na idade ideal.

Para que o produtor obtenha sucesso nessa fase da criação de bovinos leiteiros, é fundamental antecipar a “Idade ao Primeiro Parto”. Este índice é gerado pela média de idade das novilhas do rebanho no momento do primeiro parto. Novilhas parindo com a idade ideal começam sua produção de leite mais cedo, totalizando uma quantidade maior de leite produzido durante sua vida. Além disso, ficarão menos tempo na recria.

A idade ao primeiro parto é altamente dependente dos índices da recria, já que a primeira inseminação é definida pelo peso do animal. Assim, atrasos na primeira inseminação, causados por ganho de peso insuficiente, gerarão atrasos na idade ao primeiro parto. A escrituração zootécnica é fundamental no fornecimento destes dados, já que a data de nascimento das novilhas deve ser exata. A Tabela 1 traz algumas sugestões de peso de acordo com a idade de animais de diferentes portes.

Tabela 1. Sugestões de desenvolvimento ponderal para fêmeas de reposição de raças grandes, pequenas e de animais mestiços Holandês-Zebu

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Com essas proporções, as novilhas de primeira cria terão menos propensão a partos distócicos e melhores condições de enfrentar a lactação sem desgaste físico acentuado.

A determinação da idade ao primeiro parto deve ser de acordo com o sistema de produção. Sistemas de custo elevado exigem novilhas mais jovens ao parto, visando diminuição do custo. Em sistemas de custo baixo, não adianta traçar metas elevadas, pois as novilhas terão um custo elevado.

O custo de produção da recria aumenta em novilhas que apresentam idade ao primeiro parto tardia, devido às seguintes razões:

  • Haverá excesso de novilhas no rebanho;
  • O custo adicional em alimentação será computado;
  • Um menor número de novilhas de primeira cria estará presente no rebanho por ano.

Por exemplo, uma novilha que pariu pela primeira vez aos 36 meses levou 12 meses a mais, ou em outras palavras, 50% a mais de tempo, do que uma novilha que pariu aos 24 meses de idade, para sair do rebanho de reposição. Como consequência, o número total de novilhas em um rebanho de 100 vacas pode variar de 83 para mais de 120 animais, porém o número de novilhas de primeira cria produzidas por ano diminuirá de 42 para 28 animais.

As vantagens de aumentar a taxa de crescimento, permitindo que a idade ao primeiro parto seja menor, incluem:

  • Retorno rápido do capital investido;
  • Redução dos custos;
  • Redução do número de novilhas necessárias para manter o tamanho do rebanho;
  • Aumento da vida produtiva;
  • Ganho genético do rebanho mais rápido;
  • Redução da quantidade total de alimentos necessários do nascimento ao primeiro parto.

Em um rebanho fechado (sem compra de vacas ou novilhas), o número de novilhas de primeira cria por ano determina a taxa máxima de descarte por ano, se a intenção for manter o rebanho do mesmo tamanho. Quando o número de novilhas produzidas exceder o número de vacas que se deseja descartar, as novilhas em excesso podem ser utilizadas tanto para aumentar o tamanho do rebanho, como para a venda voluntária de animais, sendo este mais um benefício da redução da idade ao primeiro parto.


No Software IDEAGRI, estes importantes índices podem ser acompanhados no relatório "Índices produtivos e reprodutivos". Este relatório apresenta dezenas de índices relevantes consolidados. Para ilustrar os índices comentados neste artigo, fizemos um recorte ilustrativo do relatório. Clique na imagem para ampliar a visualização:

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