Confira a opinião de Alexandre Péret, diretor-executivo da Planejar, sobre o aprendizado que vem com a experiência e como isso fica ainda mais evidente quando envolve governança corporativa de longo prazo e consultorias. Para Péret, com base nos sucessos ou fracassos, ficarão em nossas mentes os experimentos, que servirão de base para os próximos. Para o autor, quando estamos lidando com inovações tecnológicas, no entanto, há uma inversão da propriedade do conhecimento, o juvenil passa a ensinar o sênior. E você? Está preparado para lidar, de forma construtiva, com a mudança de lado da experiência?


Experiência significa aprender ou conhecer além das fronteiras. A adquirimos com o tempo, na medida em que vamos fazendo experimentos e obtendo resultados, sejam eles positivos ou negativos. Alguns acreditam que a experiência é obtida na falta de êxito, a exemplo do escritor irlandês Oscar Wilde: “A experiência é o nome que damos aos nossos erros”.

Na mesma linha, temos o físico alemão Albert Einstein: “Toda decisão acertada é proveniente da experiência. E toda experiência é proveniente de uma decisão não acertada”.

De qualquer maneira, com base nos sucessos ou nos fracassos, ficarão em nossas mentes os experimentos, cujos percursos e resultados servirão de base para os próximos, aumentando nossos conhecimentos e acumulando em nós experiências.

Considerando que a experiência se adquire com o tempo, podemos concluir que, assim como o bom vinho, a experiência está atrelada à senioridade, como na linha de raciocínio do fundador da Ford Motor Company, Henry Ford: “Elimine a experiência e o bom senso dos homens de mais de 50 anos e não sobrará bastante experiência e bom sendo para governar o mundo”.

Reportando-nos ao ambiente profissional, em especial na Administração de Empresas, essa citação de Ford fica ainda mais evidente quando envolve governança corporativa de longo prazo e consultorias.

Referente às consultorias, em suas diversas especialidades, muitos defendem que a experiência é fator imprescindível para suas formações, ou seja, um consultor, para iniciar a sua carreira, deve ter acumulado muitos conhecimentos, muita prática, e trazer muitos experimentos em sua bagagem para agregar valor aos seus clientes.

Quem defende esse ponto de vista é o empresário japonês Konosuke Matsushita, fundador da Panasonic, que disse: “Para se tornar uma pessoa experiente em qualquer profissão, é preciso somar conhecimentos adquiridos na teoria com a prática”.

A experiência anda ao lado da senioridade quando se exige aspectos de maior abrangência em contexto amplos, onde as decisões precisam ser tomadas considerando-se a necessidade de um rastreamento maior e onde o juvenil não tem alcance, justamente pelo fato de não ter vivido, conhecido e experimentado esse contorno de particularidades e experimentos.

Baseando-se em Oscar Wilde e Albert Einstein, a experiência se faz presente na senioridade talvez pelo fato de o juvenil não ter tido tempo de errar o suficiente para ter caminhos para se desviar.

Por outro ângulo, observando-se os avanços na área da tecnologia da informação, a experiência parece insistir em mudar de lado. No que diz respeito aos aspectos pontuais e específicos, a senioridade tem cedido lugar ao juvenil, a exemplo da criação e utilização de equipamentos e aplicativos de última geração.

Com as inúmeras novas descobertas, os desenvolvimentos e as melhorias contínuas, o jovem se ajusta melhor à tecnologia e se sobrepõe, momento em que a sabedoria da senioridade se rende à técnica do juvenil. É quando o júnior ensina ao sênior, quando a experiência muda de lado, embora, mais cedo ou mais tarde, os impulsos tecnológicos da evolução acabem orientados e direcionados pela experiência da senioridade.