A comemoração do dia Internacional da mulher, realizada em março, é o momento no qual as mulheres são homenageadas pela sua força, garra, doçura, beleza. Para homenagear as mulheres, replicamos trechos da reportagem publicada pelo MilkPoint com histórias de mulheres que ganharam destaque no campo e na pecuária leiteira. Às parceiras do IDEAGRI, destacadas no artigo e a todas as mulheres desejamos sucesso, igualdade social e muitas conquistas!

O papel das mulheres inseridas no agronegócio está em constante crescimento e vem evoluindo ano a ano. Hoje é cada vez mais comum encontrar nas universidades cursos de graduação na área das agrárias com um número de mulheres igual ou superior aos homens, fato que demonstra que a participação feminina nesse setor ganhou grandes proporções. O resultado da mão de obra feminina pode ser surpreendente, visto que elas mesclam razão com uma pitada extra de sensibilidade, o que contribui na tomada de decisões do negócio com um todo.

Letícia Abdala Pascoal – Fazenda Palmiltal

Letícia Abdala Pascoal, de São João Evangelista/MG, nasceu e foi criada em uma família de produtores de leite. Ela representa a terceira geração leiteira, precedida por seu pai Andrelino Pascoal e, antes dele, por seu avô Waldyr Pascoal. Ela conta que todos viveram e ainda vivem do leite. "O leite é um ouro branco rico e precioso, ora produzido e ordenhado nas férteis terras do Leste de Minas Gerais, mais precisamente, na mesorregião do Vale do Rio Doce", comenta Letícia.

Após o término do ensino fundamental e médio, suas origens falaram mais alto e ela acabou cursando medicina veterinária. "Não obstante outras oportunidades profissionais terem me assediado, algo mágico e irresistível me trouxe de volta, de volta para casa! Realmente, nunca imaginaria que quando eu voltasse para a fazenda da minha família, onde cresci e fui criada, iria me apaixonar por ela novamente. Interessante mencionar que não me apaixonei apenas pela terra, ou pelas pessoas que ali viviam e laboravam, me apaixonei intensamente pela atividade leiteira ali desenvolvida e controlada pelo meu guia, pelo meu protetor, meu saudoso e amado papai. Já em casa, iniciei meu segundo aprendizado de alto nível, quando comecei a trabalhar com ele".

A partir desse momento, Letícia passou a aprender com seu pai como ser uma produtora rural, com todas as responsabilidades, deveres e riscos inerentes a essa atividade econômica. "Também, aprendi com ele o real significado da palavra sacrifício e quanto é duro o trabalho de fazer da produção do leite o sustento da família. Apesar do agronegócio do leite e seus derivados representarem um importante indicativo de desenvolvimento socioeconômico para a sociedade brasileira, especialmente no quesito segurança alimentar, podemos perceber o quanto, nós produtores rurais, ainda não somos devidamente valorizados pelas políticas econômicas e legislativas no Brasil. Entretanto, em razão do otimismo que cultivo em mim, continuo acreditando que um dia, essa triste realidade mudará", acrescentou ela.

Com o falecimento do seu pai em 2013, Letícia assumiu a gerência da fazenda juntamente com a sua mãe. "Ela é uma mulher incrível, guerreira nata, corajosa, vencedora e sempre está ao meu lado nos momentos mais difíceis. Na ausência do meu papai, os desafios e os obstáculos que vieram, me fizeram mais forte e mais confiante em mim. Tais eventos também me fizeram acreditar, que mesmo sendo uma mulher, em um universo essencialmente masculino e chauvinista, posso ser tão competente e competitiva quanto qualquer outra pessoa, seja ela homem ou mulher".

Relatando parte da sua história, a produtora procurou abrir a porta das possibilidades para outras mulheres e dizer a todas elas que 'nós somos do tamanho dos nossos sonhos e que tudo é possível, quando se tem fé e acreditamos em nossas potencialidades'.

Imagem

Fonte: Milkpoint

"Mulheres, acreditem em seus sonhos lutem por eles, pois acreditei no meu. E mesmo quando ouvia de outras pessoas, que estava abdicando da minha vida particular para ficar na fazenda, não dei ouvidos e não me arrependi de nada, tenho orgulho do que sou, do que faço e do que me tornei. A participação das mulheres na atividade rural vem aumentando a cada dia, proporcionando um avanço significativo para o setor, antes dominado pelos homens. As mulheres interagem com mais facilidade, sempre buscam inovações, são mais detalhistas e não têm vergonha de não saber todas as respostas. Elas procuram por consultores, treinamentos e cursos para se aperfeiçoarem cada dia mais. Amo o que escolhi para a minha vida, sou produtora rural".

Letícia Abdala Pascoal

ImagemImagem

Fazenda Palmital

Fonte: Milkpoint

Produção de leite na Fazenda Palmital

Fonte: Milkpoint


Armanda Testa Monteiro - Fazenda do Engenho

Para Armanda Testa Monteiro, produtora de leite de Bela Vista/MG, a força das mulheres em todas as áreas é indiscutível, porém, a presença no campo ainda é pequena. A sua propriedade rural existe há 29 anos e é onde ela cria animais da raça Jersey e cavalos Manga Larga Marchador. "Como contadora, administradora de empresas e consultora tributária e fiscal de propriedades rurais, é perceptível que estamos cada vez mais assumindo áreas na quais antes não atuávamos. Em nossa propriedade, gerencio recursos humanos, estoques, controle do gado, custos e finanças. Não tenho problema de aceitação por parte dos fornecedores, clientes e colaboradores, pois quase todos iniciaram o negócio comigo".

Segundo ela, pela sua formação, o convívio com profissionais de todas as áreas que a assistem é bastante saudável, pois o foco é na busca de resultados e no crescimento da propriedade.

Imagem

Fonte: Milkpoint

"Como não temos uma política agrícola definida, o grande problema que vejo são as incertezas, levando algumas propriedades a encerrar o trabalho, já que as mesmas não suportam os altos e baixos que a atividade enfrenta. Se tivéssemos uma política rural clara e definida, teríamos no nosso setor um grande mercado. Vejo que nós temos grandes chances profissionais nesta área, apesar do ambiente ser bem restrito. A partir do momento que você começa a atuar demonstrando conhecimento, firmeza e o querer, as portas se abrem, a equipe te aceita e o meio rural também".

Armanda Testa Monteiro

"Como não temos uma política agrícola definida, o grande problema que vejo são as incertezas, levando algumas propriedades a encerrar o trabalho, já que as mesmas não suportam os altos e baixos que a atividade enfrenta. Se tivéssemos uma política rural clara e definida, teríamos no nosso setor um grande mercado. Vejo que nós temos grandes chances profissionais nesta área, apesar do ambiente ser bem restrito. A partir do momento que você começa a atuar demonstrando conhecimento, firmeza e o querer, as portas se abrem, a equipe te aceita e o meio rural também", completou.


ImagemImagem

Fazenda do Engenho

Fonte: Milkpoint

Fazenda do Engenho - produção de leite

Fonte: Milkpoint

A reportagem completa pode ser acessada clicando aqui.