Meu negócio não está indo bem por ineficiência operacional ou por falta de volume de produção? Quantas vacas e qual produção média devo ter em minha propriedade para que as contas “empatem”? O ponto de equilíbrio operacional é a receita mínima que a empresa tem que atingir para pagar todos os seus gastos em um determinado período. Qual é o do seu negócio? Leia o artigo e conheça também o relatório 'Ponto de equilíbrio' do IDEAGRI.

Um indicador que pode nos ajudar a responder perguntas como essas é o ponto de equilíbrio operacional. Ele significa a receita mínima que a empresa tem que atingir para pagar todos os seus gastos em um determinado período. É o valor que se traduz pelo equilíbrio entre todos os custos e todas as receitas, sendo que, nesta situação, a empresa não tem prejuízo, mas também não obtém lucro.

O cálculo do ponto de equilibro envolve dois fatores: RECEITAS e CUSTOS. O valor da receita é influenciado pela quantidade e preço dos produtos vendidos. Os gastos podem ser divididos em dois grupos: os custos fixos e os custos variáveis. Sendo os variáveis aqueles que variam de acordo com o volume produzido (gasto com alimentação em um projeto de gado de corte, por exemplo). Já os fixos são independentes da quantidade produzida e são representados por despesas fixas, tais como gastos com energia elétrica e telefone, por exemplo.

Para facilitar o agrupamento dos gastos entre fixos e variáveis basta pensar: “ Ao aumentar minha produção em 10% haverá consequente aumento deste gasto? Se compro mais 15 vacas leiteiras terei maior gasto com medicamentos, mas meu gasto com telefone não será influenciado. Abaixo segue um exemplo do uso do ponto de equilíbrio para a tomada de decisão:

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Ao levantar os dados e montar a tabela acima, o gestor da Fazenda X comparou seus dados com outras fazendas do setor e notou que era eficiente se tratando dos custos variáveis. Entretanto, verificou que seus custos fixos estavam percentualmente elevados.

Uma alternativa seria ampliar a produção de modo que, ao se aumentar a receita, os custos variáveis aumentariam proporcionalmente, mas os fixos se manteriam nos mesmos patamares, fato que poderia melhorar o resultado do negócio. Porém, neste momento, surgiu a dúvida: o quanto ele deveria aumentar sua produção?

Neste ponto, torna-se importante a introdução de outro conceito: a margem de contribuição. Ela é o resultado da subtração dos custos variáveis das receitas.

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No exemplo proposto, a margem de contribuição é de R$ 50.000 - R$27.500, ou seja, é de R$22.500,00 ou 45% da receita.

Para o cálculo do ponto de equilíbrio, deve-se realizar a seguinte operação:

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Na simulação temos:

Ponto de Equilíbrio

Para atingir o ponto de equilíbrio, seria, portanto, necessário aumentar a produção de modo que ela gerasse R$53.777,78 de receita.

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Para obter lucro, seria necessário, então, um volume de produção que gerasse receita superior a R$53.777,78.

Para se atingir o ponto de equilíbrio com o lucro desejado, ou seja, o ponto de equilíbrio econômico, acrescenta-se o valor do lucro desejado ao custo fixo na fórmula utilizada para cálculo do Ponto de Equilíbrio:

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Supondo que o gestor deseje um lucro de R$6.000,00:

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Neste caso, o projeto deveria ser alterado, de modo a atingir uma produção que gerasse uma receita de R$67.111,00

* O exemplo acima é apenas ilustrativo.


O software de gestão IDEAGRI, apresenta uma análise automatizada do ponto de equilíbrio, a partir dos lançamentos realizados rotineiramente na fazenda. Vejam, a seguir, uma demonstração (com dados ilustrativos) do relatório 'Ponto de Equilíbrio' obtida pelo sistema:

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Apesar de o ponto de equilíbrio ser uma ótima ferramenta para a administração do negócio, ele não é exato. Se a fazenda do exemplo aumentar sua produção e, com isso, atingir a receita proposta, mas, se não for eficiente em manter os custos fixos (ou seja, se houver desperdício com gastos fixos como energia elétrica e combustíveis, por exemplo), o ponto de equilíbrio terá seu valor alterado.

Além disso, é importante ressaltar que simplesmente atingir o ponto de equilíbrio não significa que as receitas irão cobrir todos os desembolsos: elas cobrirão apenas os desembolsos operacionais. Despesas com pagamento de empréstimos ou investimentos como os de construção de instalações e compra de máquinas, por não entrarem na apuração do resultado operacional, não são consideradas no cálculo do ponto de equilíbrio.

O conhecimento da relação entre as receitas (volume e preço unitário) e os custos (fixos e variáveis) é de fundamental importância, pois possibilita ao gestor assumir premissas que guiarão seu processo de tomada de decisão.