Frequentemente me deparo com situações de verdadeira "choradeira" de produtores acerca das dificuldades que enfrenta e da gravidade da situação econômica em que se encontram. Como membro dessa categoria, identifico-me com seus temores e inquietudes, que nos levam, muitas vezes, a questionar se tudo isso vale a pena e se o nosso negócios deve, ou não, ser transmitido a nossos filhos.
Ao longo da história do desenvolvimento da sociedade, o homem moderno foi gradativamente se deslocando do campo e formando grupamentos urbanos. Com isso, houve a necessidade de formação de uma classe de pessoas que passassem a produzir alimentos para todos os demais, surgindo assim, os produtores rurais.
Em todo o mundo, a classe produtora é respeitadas e reconhecidas por toda a sociedade, e a maioria dos países adota políticas específicas e até protecionistas para assegurar o abastecimento interno de alimentos à população, o que é tratado como assunto de segurança nacional.
Sabemos como o mundo evoluiu. Ficou mais interativo e muito mais dinâmico principalmente nas questões comerciais. A conquista de novos mercados passou a ser determinante para o desenvolvimento dos países e de seu povo, e a participação do produtor nessas questões se tornou inevitável para sua sobrevivência.
Um dos grandes privilégios que tive em minha vida foi fazer faculdade de veterinária na conceituada UFMG, escola pública, dotada de boa infraestrutura e corpo docente qualificado, que foram determinantes para a minha formação profissional e pessoal. Tenho gratidão por esta oportunidade e, como contrapartida, sempre procurei prestar serviços profissionais de qualidade, compartilhando minhas experiências com produtores e técnicos, com ética e profissionalismo, participando ativamente das discussões da cadeia produtiva, com o objetivos de ajudar a construir um futuro melhor para o setor.
Na atividade leiteira, trabalhando nos negócios da família, tive a oportunidade de desenvolver meu principal trabalho em mais de vinte anos, e posso testemunhar o grande salto rumo ao desenvolvimento que a pecuária brasileira experimentou nestes últimos anos, fruto dos esforços conjuntos do três principais elos que compõem a cadeia: o da pesquisa, que desenvolveu e aprimorou novas tecnologias; o dos técnicos, que a adaptaram e a levaram para o campo; e, sobretudo, o dos produtores, que acreditara nos novos conceitos, investiram neles e os colocaram em prática, colhendo os frutos de uma maior eficiência e produtividades, demonstrando claramente a disposição e vontade de conquistarmos a vanguardas do agronegócio brasileiro, elevando o Brasil à condição de destaque mundial.
Acredito na atividade rural e na produção de leite como opção de negócios, sobretudo, como alavanca para o desenvolvimento do campo e de sua gente. Faço parte da terceira geração de uma famílias que trabalha na atividade há mais de 60 anos, com muita coragem e determinação, o que aliás, é uma característica marcante nos produtores que o fazem por amor à profissão. Espero, juntamente com todos o elos envolvidos na cadeia, colaborar para escrevermos mais uma capítulo de sucesso da História da Pecuária Leiteria Brasileira, onde esteja inserida a consolidação e o reconhecimento da atividade por parte da sociedade e dos governos. E que nós, produtores, tenhamos, assim, orgulho em deixá-la como legado aos nossos filhos, que terão a missão de dar continuidade ao trabalho iniciado e avançar rumo à construção de um futuro melhor e mais pro missor.
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Maurício Silveira Coelho - Médico veterinário e produtor de leite (Fazenda Santa Luzia - Passos - MG).
Fonte: Revista Foco Rural, maio/2010

Maurício é parceiro e usuário do IDEAGRI, através da Fazenda Santa Luzia. Confira o depoimento dele sobre o sistema de gestão IDEAGRI:
“O uso do IDEAGRI, como ferramenta de trabalho na Santa Luzia, tem sido revolucionário, pois, além de termos os dados com muito mais rapidez e segurança, passamos a levantar índices que, no passado, não tínhamos. Agora, ficou muito mais fácil saber onde estamos e programar aonde queremos chegar. O IDEAGRI é, para nós, hoje, muito mais que um programa zootécnico, É UMA FERRRAMENTA DE GESTÃO!”

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