A Fazenda Palmital atravessa gerações na busca de produção de leite de qualidade. Localizada no município de São João Evangelista (MG), a propriedade deu início à atividade leiteira há 80 anos, com Waldir Pascoal, mais conhecido na região como “Senhor Nô”. Além de leite, a Fazenda Palmital produzia café, milho, cachaça e tinha um criatório de porcos. Após a morte do “Senhor Nô”, o filho, Andrelino Pascoal, tomou frente dos negócios. Foram 40 anos de dedicação. Após o falecimento de Andrelino, a filha dele, Letícia Pascoal, graduada em veterinária, assumiu as responsabilidades da fazenda.

Há 10 anos, por meio do amigo e consultor técnico José Eduardo Martins Guedes, da Regional Alta de Governador Valadares, foi elaborado um planejamento genético específico para o plantel. “O plano genético nos direciona às melhores opções de touros para o nosso rebanho. Notamos a padronização do grau de sangue (3/4 e 5/8 Holandês) e a evolução significativa no aumento da produção e saúde de nossos animais”, afirma Letícia.

Os resultados são interessantes. Há quatro anos, a média de leite era de 11 litros por vaca. Seguindo a orientação do veterinário Adriano Duarte, do representante da Alta, José Eduardo, e do agrônomo da Via Verde Consultoria, Gabriel Lara, alguns animais que estavam abaixo da média da fazenda foram vendidos. “Somente com esta ação, nossa média subiu para 14 litros diários por vaca. Estávamos com um rebanho grande. Não tratávamos direito, então, as fêmeas não expressavam todo o seu potencial, já que genética, nós temos. Com isso, nosso fornecimento de concentrado melhorou e o manejo também”, explica.

Outra ação que aumentou significativamente a produção de leite na propriedade foi seguir criteriosamente o plano genético traçado. O planejamento era que, em 2018, estariam com média de 19 litros diários por vaca, mas isso já aconteceu em 2016. No ano passado, a média subiu para 21 litros. Para este ano, a meta é alcançar 23 litros diários por vaca e produzir quatro mil litros de leite por dia. “Sempre acreditei no potencial da fazenda. Quero, ainda, chegar aos cinco mil litros de leite por dia. Esse sonho eu compartilhava com o papai, que sempre me incentivou, e, hoje, compartilho com minha mãe e com minha irmã, sempre companheiras e amigas”, completa.

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O plano genético da fazenda está ajustado em 20% para produção, 50% para saúde e 30% para conformação. No rebanho, hoje, são utilizados os touros Holandeses, como AltaDay e Jake. Já os touros Gir Leiteiro, são Gabinete e Kalika. “Os touros que mais me surpreenderam foram Verdict e Juneau. Pudemos observar animais mais produtivos, com mais saúde e longevos”, explica Letícia.

A taxa de concepção na propriedade, atualmente, é de 45% em vacas e 48% em novilhas. Já a taxa de prenhez gira em torno de 25% nas vacas e 15% em novilhas.

Sistema de produção

No sistema de produção da propriedade, as bezerras ficam com as mães até atingirem 90-100 dias de idade (com leite mais ração à vontade). Após a desmama, consomem 2,5 kg de concentrado até 180 kg e 1 kg até atingirem 330 kg, quando se tornam aptas a serem inseminadas. As vacas consomem, em média, 7 kg de ração por dia. Após a ordenha e no período da seca, é fornecido, no vagão forrageiro, a dieta total: silagem de milho e silagem de capim Mombaça mais ração.

Os tratos são realizados duas vezes ao dia, nos seis lotes de produção. Os lotes são definidos criteriosamente por meio de dois controles leiteiros, do controle reprodutivo e do balanceamento da dieta, elaborados pelo veterinário Adriano e pelo agrônomo Gabriel, conforme o planejamento anual e com a supervisão dos demais membros da equipe coordenada por Letícia. A metas são definidas, hoje, a partir dos dados do software IDEAGRI.