Sugestões para serem usadas na sua propriedade.

A fase inicial da vida das bezerras é muito desafiadora. Dentre as principais causas que prejudicam o desenvolvimento e causam mortalidade desta categoria, podemos citar as diarréias. Neste contexto, a adoção de algumas medidas simples contribui para a redução da incidência de problemas e, consequentemente, da mortalidade das bezerras.

1- Fornecimento de colostro:

Ao nascimento, as bezerras não possuem imunidade contra doenças e o colostro é o responsável por fornecer essa proteção (anticorpos) aos recém nascidos.Para isso, precisamos fornecer uma quantidade mínima de colostro para as bezerras o mais próximo possível do nascimento pois, à medida que o tempo passa, a capacidade de absorver os anticorpos do colostro, ou seja, de receber a proteção que ele confere, diminui significativamente.

O ideal é fornecer colostro de boa qualidade para os animais. Para avaliar sua qualidade, utiliza-se o colostrômetro, que afere a densidade do colostro. Quanto mais denso for o colostro, melhor será a sua qualidade.

Algumas considerações importantes:

• Normalmente vacas mais velhas têm colostro de melhor qualidade do que vacas de primeiro parto.

• Colostro com presença de sangue deve ser descartado.

• Colostro de vacas com mastite deve ser descartado.

• Para facilitar o manejo, o ideal é fazer um banco de colostro. Para isso, precisamos de um congelador e de vasilhame para congelar o colostro.

• O descongelamento do colostro deve ser feito em banho-maria com água de 45 ºC a 50ºC.

• Todo o manejo com o colostro requer o máximo de higiene para evitar contaminação do mesmo.

Meta: Fornecer colostro de boa qualidade, em quantidade equivalente a 10% do peso vivo da bezerra nas primeiras 2 horas de vida e repetir a dose em até 12 horas de vida.

2- Cura de umbigo:

Durante a gestação, o umbigo das bezerras é uma via de ligação do feto à mãe. Ao nascimento, esta via se rompe e o umbigo passa a comunicar a cavidade abdominal da bezerra com o meio ambiente. Ou seja, o umbigo passa a ser uma porta de entrada para microrganismos causadores de doenças. Dentre as principais afecções que podem ocorrer via infecção de umbigo podemos citar a infecção umbilical, diarréia, pneumonia, artrite, abscessos, infecção de bexiga e outros.

Uma adequada cura de umbigo acelera o processo de desidratação desta estrutura, fecha esta porta de entrada de microrganismos, e reduz significativamente a incidência de problemas sanitários.

Deve-se embeber todo o umbigo em iodo na concentração de 7 a 10% imediatamente após o nascimento. É Importante repetir este procedimento por mais 3 dias.

3- Hidratação oral:

Animais doentes têm redução no consumo de água e de alimentos, com isso tendem a desidratar.

Nos casos de diarréia, o quadro de desidratação se agrava muito, pois, além do menor consumo de líquidos, há grande perda de água e eletrólitos pelas fezes.

Normalmente, a principal causa de morte de bezerras com diarréia é a desidratação. Para prevenir este quadro, assim como recomendado para humanos, é de extrema importância hidratar as bezerras logo que se detectar as diarréias.

O fornecimento diário de 4 a 8 litros de soro oral para as bezerras jovens melhora muito o estado dos animais, prevenindo a desidratação e suas complicações.

Fornecer o soro no mínimo 30 minutos após o aleitamento, pois o bicarbonato de sódio pode interferir na digestão do leite.

Não é necessário retirar o leite das bezerras enquanto estas estiverem com diarréia. O leite é uma importante fonte de nutrição e contribuirá para o bom funcionamento da imunidade das bezerras.

Fórmula do soro oral:
Tabela