A lucratividade nas propriedades rurais é influenciada por diferentes fatores, como nutrição, sanidade, gestão de pessoas, clima, utilização de tecnologia, treinamentos, objetivos, entre outros, mas, a cada dia, fica mais evidente a importância do gerenciamento dos índices reprodutivos, sejam estes de leite ou de corte. Se esses índices não são monitorados constantemente e as decisões não são tomadas de maneira decisiva e rápida, o trabalho realizado nas demais etapas do processo irá por água abaixo.

Confira o texto abaixo que aborda principalmente a observação de cios, informações importantes para tal acompanhamento e, também, como a atenção dada aos índices reprodutivos, com a ajuda do Sistema de Gestão IDEAGRI, detectou as falhas na Fazenda Nossa Senhora de Fátima, em Delta (MG), de propriedade de Guilherme Garcia, aumentando a lucratividade da propriedade.

Bons resultados

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Guilherme Garcia
Fazenda Nossa Senhora de Fátima
Delta (MG)

Há cinco anos, a Fazenda Nossa Senhora de Fátima, localizada em Delta (MG), decidiu dar mais atenção aos índices reprodutivos e, com a ajuda do software de gestão IDEAGRI, detectou as falhas da propriedade. Com os números em mãos, o proprietário teve ainda mais confiança na tomada de decisões e as ações corretivas feitas nos pontos identificados elevaram a Taxa de Prenhez de 12 para 18%.

Esses 6% de aumento representaram muito para o rebanho e 150 vacas em lactação: redução de dois meses no Intervalo Entre Partos (IEP) projetado; 32 Dias Em Lactação (DEL) e um Período e Espera Voluntário (PEV) de 60 dias.

Tudo isso aumentou consideravelmente a produção de leite anual, que acumulou, na receita, mais 150 mil litros no ano. Considerando o preço médio pago ao consumidor de R$1,42, a receita aumentou em R$211 mil anuais.

“Só pelos números nós conseguimos enxergar as falhas. Foi de suma importância. Nos deu direcionamento e foco na atividade”, comenta o proprietário, Guilherme Garcia.

Uma das principais falhas na propriedade estava na Taxa de Serviço, ou seja, o número de vacas inseminadas dentre as que estavam aptas à reprodução não era satisfatório. O problema é que a fazenda não estava identificando corretamente as vacas que entravam no cio. Por isso, algumas ações foram implementadas no manejo para melhorar essa situação, dentre as quais a implementação do adesivo nas novilhas. Até agora, 76 novilhas foram inseminadas na propriedade e 45 emprenharam.

“O adesivo foi fundamental para elevar meus índices, além de melhorar a observação de cio, o que nos propiciou voltar a utilizar sêmem sexado. Com certeza, vamos ter um incremento de fêmeas nascidas na fazenda e, consequentemente, ao longo dos anos, um incremento na produção de leite, que é o produto final da propriedade”, completa.

Na reprodução, vários indicativos servem para monitorar o desempenho do rebanho: Taxa de concepção, Taxa de prenhez, Intervalo entre partos e outros mais. Todos eles indicam se o pecuarista está no caminho certo ou se precisa alterar algo no manejo reprodutivo da propriedade.

A Taxa de Serviço é uma oportunidade para melhorar todos os índices citados acima, ou seja, quantas inseminações são feitas para conseguir emprenhar nossas vacas. Esse índice está diretamente relacionado à detecção de cios nas propriedades.

Pode parecer simples, e realmente é, mas, normalmente, essa taxa não é valorizada como merece no dia a dia da fazenda. São conhecidos os sinais de cio, quais horários devem ser reservados para a correta observação dos mesmos, como fazer essa observação, mas o responsável por essas tarefas geralmente acumula outras funções na propriedade e deixa a desejar nesse importante acompanhamento.

Nos últimos anos, nota-se extraordinário aumento da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), sendo que um dos fatores que mais contribuem para isso, além de várias outras vantagens sobre a Inseminação Artificial Convencional (IA), é a possibilidade de não precisar observar cios. Dependendo do protocolo, porém, a observação ainda é muito utilizada para os cios de retorno, que vêm em espaço de tempo mais curto e têm fertilidade comprovadamente mais alta.

Hoje, há ferramentas que auxiliam bastante o inseminador na observação de cios e vários são os fatores que influenciam no cio das fêmeas, como nutrição, sanidade, idade da fêmea, clima, número de partos, nível de produção de leite, instalações, etc. Tudo isso interfere na demonstração dos sinais de cio, podendo o animal permanecer menos tempo em aceitação de monta.

Qualquer propriedade visitada, se questionada sobre a quantidade de cios perdida, em sua grande maioria, vai responder que é entre 30 e 40% dos cios. Na realidade, o percentual dos cios observados de maneira correta está em torno de 35 e 40%, enquanto o restante de cios não é detectado e, consequentemente, a vaca fica mais um ciclo sem emprenhar.

Para melhorar esses índices, principalmente a Taxa de Serviço, existe um adesivo chamado Estrotec, que é colado na garupa das vacas e funciona da mesma maneira que uma raspadinha de loteria. Toda vez que a fêmea é montada, a tinta da superfície vai sendo raspada e gasta, o que ajuda o inseminador na observação do cio, principalmente entre aqueles animais que mostram poucos sinais de cio e aceitam a monta por pouco tempo, normalmente na madrugada, quando ninguém está olhando.

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Esse produto é utilizado hoje pelas Faculdades e Centros de Pesquisa, nos Estados Unidos, mais para experimentos de eficiência do que para a detecção de cios e está presente em 60 países.

Os dados científicos mais precisos do mundo (Ray Nebel VT) para a detecção de cio indicam que, se você puder confirmar duas ou mais montas contra apenas uma, a possibilidade de emprenhar a vaca aumente e 40%.