A IATF é uma ferramenta de reprodução em extrema evolução no Brasil. Gostaria de saber sobre a evolução dessa técnica, os cuidados que devem ser tomados, a evolução do material genético e, finalmente, sobre a viabilidade do uso da técnica (Ricardo Alves - Fazenda Rancho Grande).

Resposta Alta:

Como analisar a evolução da IATF no Brasil? É um mercado em potencial?

O mercado de sêmen apresenta grande evolução e crescimento, somente nos últimos 20 anos, a Inseminação Artificial evoluiu 300%. Em 2010 foram comercializadas 10.400 milhões de doses, somente o segmento de corte foi responsável pela comercialização de 60% do volume total de sêmen comercializado. A IATF evoluiu muito nos últimos 5 anos, somente no ano passado foram realizados 5.000.000 de IATFs, segundo estimativa considerando a venda de produtos para sincronização (protocolos), e que representa 49% da venda total de sêmen em 2010. Para este ano, estimativas de mercado apontam um crescimento da IATF em torno de 25 a 30% sobre 2010. Vale ressaltar que o Brasil ocupa posição de destaque e já é o maior mercado de IATF do mundo. Num rebanho total de aproximadamente 200 milhões de cabeças, são 50 milhões de vacas servidas por meio da monta natural, sete milhões por inseminação sendo que destas somente 4,5 a 5 milhões são inseminadas pelo uso da IATF.

Quais os principais cuidados que se deve ter na aplicação de protocolos de IATF? Dentro desse contexto, como analisar a questão da mão de obra? O Brasil dispõe de qualidade técnica neste sentido? Dentro disso, qual tem sido o papel das empresas de genética?

O primeiro passo é estruturar a propriedade, capacitar e treinar a mão de obra que irá conduzir o rebanho no dia a dia da propriedade, são eles os principais responsáveis pelo resultado alcançado. É preciso avaliar cuidadosamente o manejo nutricional, sanitário e reprodutivo da propriedade antes da implantação do projeto e das técnicas de inseminação convencional ou da inseminação artificial em tempo fixo. A mão de obra precisa ser estimulada e recompensada pelos ganhos em produtividade e metas atingidas. Os principais cuidados antes de iniciar um projeto de IA e/ou IATF é dividir os lotes de fêmeas em primíparas e multíparas e em propriedades com grande volume de gado, recomenda-se trabalhar com lotes de 100 a 150 animais. As fêmeas que vão entrar no programa de sincronização precisam estar em boas condições fisiológicas, livre de doenças como brucelose e leptospirose, principalmente e apresentar escore corporal desejável (2,5 a 3) numa escala de 1 a 5. Desta forma, aumentam-se as chances de bons índices de concepção e consequentemente maior retorno sobre o investimento. O país tem avançado muito na formação e qualificação de pessoal, a Alta Genetics, há 15 anos investe intensamente em programas e cursos de Inseminação Artificial em prol do desenvolvimento do melhoramento genético e da utilização consciente da Inseminação Artificial em larga escala. Mais recentemente, com o crescimento da IATF e lançamento de produtos para sincronização da ovulação, as indústrias farmacêuticas iniciaram trabalhos de treinamento e palestras de orientação para utilização da técnica, minimizando sobremaneira os riscos de insucesso após a implantação dos programas.

Os resultados da técnica dependem de uma série de fatores, como a própria mão de obra dos profissionais, fatores externos e a qualidade do sêmen, entre outros, por exemplo. Dentro disso, qual a importância do material genético nos resultados da IATF? O quanto ele corresponde no sucesso da técnica?

Conforme mencionado anteriormente, são inúmeras variáveis envolvidas no processo e estas variáveis podem influenciar positivamente ou negativamente o programa de IATF ou mesmo da IA convencional; o sucesso está diretamente ligado ao manejo nutricional, sanitário, mão de obra qualificada e eficiente e da utilização de sêmen de qualidade, um componente essencial dentro do processo e um dos pontos fortes da Alta Genétics, que prioriza a comercialização de touros provados de alto desempenho e fertilidade. Se a técnica for bem conduzida, os benefícios são inúmeros, podemos citar a redução do intervalo entre partos, o melhoramento genético, ganho em eficiência reprodutiva, concentração de nascimentos e padronização de bezerros. Os produtos frutos da inseminação artificial são superiores em qualidade e o mercado está a procura de animais precoces e mais produtivos.

E como está a questão dos custos? A IATF está acessível para propriedades de todos os tamanhos? Qual seria o custo, em média, de uma vaca protocolada?

Atualmente a técnica é acessível ao pequeno e médio produtor, um protocolo base de IATF custa em média R$15,00, se utilizarmos um sêmen comercial ao preço médio de R$14,00, o custo total por protocolo (sem a utilização de ECG) fica em torno de R$29,00/vaca. Temos que contabilizar o ganho genético através da utilização de touros melhoradores, provados e avaliados por programas de melhoramento genético, e nem sempre esta conta é realizada.

Por fim, o que temos de novidade no Brasil quando o assunto é IATF? O que está em Alta?

As empresas estão buscando eficiência máxima na produção de terapêuticos para sincronização da ovulação, a qualidade é fator fundamental e o mercado cada vez mais exigente. Da mesma maneira, a Alta trabalha sério com o objetivo único de democratizar a utilização de touros superiores, proporcionando ao mercado e ao pecuarista genética de altíssima qualidade por um valor justo. Existem atualmente, inúmeros estudos voltados a IATF e TETF (transferência de embriões em tempo fixo), as técnicas são aperfeiçoadas a cada dia com o propósito de otimizar a técnica, e reduzir o número manejo (deslocamento das fêmeas ao curral), tem se buscado protocolos de fácil aplicação com apenas 3 manejos. Isso mostra a evolução da técnica e mostra o quanto temos para crescer e desenvolver, um verdadeiro oceano pela frente, considerando que no Brasil, somente 9% das fêmeas em idade reprodutiva são inseminadas.

Gabriel Sandoval - Gerente de Produtos Nelore e Nelore Mocho Alta Genetics


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